
Sucesso não é business
Ele diz que é de uma época em que ser famoso era demérito, afirma que não superou "porra nenhuma" e "Ainda estou aqui" é sobre memória. "As novas gerações não sabem o que foi a ditadura".
Ele diz que é de uma época em que ser famoso era demérito, afirma que não superou "porra nenhuma" e "Ainda estou aqui" é sobre memória. "As novas gerações não sabem o que foi a ditadura".
Ele dá palestras em universidades pelo Brasil e recusa títulos. Rejeita o Estado e aponta o que devemos aprender com a vida nos quilombos. Aos 62 anos, ensino formal até a oitava série (nono ano), dois livros publicados, o quilombola Nêgo Bispo dá concretude ao termo intelectual orgânico.
Com livros publicados, ele diz que não se considera escritor. "O que gosto mesmo e acho que sei fazer é escrever canções". Fala que todo mundo já pensou em parar e, autocrítico feroz, aponta suas canções de sucesso que, hoje, considera estranhas ou imaturas. Bem-humorado, conta que sua aventura mais radical foi morar com Chico César, logo que chegou em São Paulo.
Ele utiliza a história para analisar a pactuação das elites, avalia que os militares se tornaram quase um partido político, diz que o Brasil virou carola e vê saída com o povo na rua.
Do martírio na ditadura militar brasileira a fotografias em exposições de museus e revistas internacionais. Na ativa, Nair Benedicto aponta suas lentes para o mundo.