Wellington Soares

Coisas e outras

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Ser poeta é um destino

 

Há quem diga que a poesia não resolve nada, objeto dos mais inúteis, mas serve, pelo menos, para revolver nossas entranhas, tirando-nos do estéril comodismo e tornando-nos pessoas melhores. Ao ler os textos de Graça Vilhena, poeta teresinense, constatei, maravilhado, essa afirmativa. Por sua causa, hoje sou outro e passei a ver a poesia de modo diferente. Não somente como mero jogo de palavras,  versos estruturados de forma harmoniosa, e sim, em sentido mais amplo, tudo aquilo que comove, sensibiliza e desperta sentimentos.  Encontrável em todas as artes e, sobretudo, nas coisas tidas como desimportantes. Fim de mundo é um belo exemplo disso.

 

Dentro das casas

humildemente

o dia se dissolve

no bico das chaleiras

cadeiras obedientes

ensaiam danças

nas calçadas

e a moça espalha

sobre um bordado

uma possível felicidade.

 

Em sua poética, gosto sobremaneira do caráter lírico, de tom contido, sem exageros e os clichês de praxe, o eu quase abolido do texto, expressando-se não a si mesma, mas preocupada com o outro, nós leitores, a quem convida humildemente, dando-nos a mão como velha amiga, a entrar no reino mágico e instigante das palavras. Sem falar também da concepção poética, não fruto da tal de inspiração, apenas objeto a ser talhado como se fosse uma pedra, um trabalho como outro qualquer. Que tal ler Lição de poesia?

                                        

uma rolha de cortiça serve

para boiar lembranças

de um amor de festa

caixas de fósforo molhadas

são também silêncios

para não acordar os candeeiros

 

e baganas espalhadas nas calçadas

é só pisá-las

para que os outros pensem

que se apaga estrelas

 

Ao contrário de muitos poetas, a escrita de Graça Vilhena é concisa e simples, suas inquietações ditas com economia vocabular e de forma compreensiva. Nada de prolixidade nem rebuscamento da linguagem que infestam até hoje, infelizmente, grande parte da poesia nacional, distanciando o leitor comum desse fascinante gênero literário. Daí produzir, cada vez mais, poemas e versos curtos, o muito expresso num tantinho de palavras, direta e objetivamente, a exemplode Recado.

 

Não velarei teu sono

E nem serei o aguador

De tuas palavras vidrosas.

Creio nos galos

Cantando até à grimpa

E nos cachorros

Viralatindo as madrugadas.

A noite não é silenciosa.

 

Bom constatar que não existem temas proibidos em sua obra, cabendo de tudo e algo mais, inclusive o amor físico, desprovido de moralismos e pudores, tendo assimilado direitinho a sábia lição do mestre Octavio Paz sobre erotismo e poesia: “o primeiro é uma metáfora da sexualidade, a segunda, uma erotização da linguagem”, como observamos em Desejo.

 

Teus olhos queimam meu corpo

quero ser arada

pelas tuas mãos

quero gemer ser pisada ser ferida

pelo teu beijo de semente

depois o descanso

teu suor moreno

chovendo sobre mim.

 

Graça Vilhena é poeta das melhores, daquelas que dá gosto ler, não às pressas, mas aos poucos, saboreando cada palavra e texto. Obra poética relativamente pequena, de dois livros apenas, contudo imensa do ponto de vista estético: Em todo canto (1997) e Pedra de cantaria(2013). Acredite, ela faz parte do seleto grupo de poetas que nos deixa, como diria Carlos Drummond, comovido pro diabo. Não à toa ser um dos autores homenageados, junto com Alice Ruiz e Itamar Assumpção, da Balada Literária deste ano, evento cultural dos mais importantes do Brasil, nascido há 12 anos em São Paulo e realizado, atualmente, em três outras capitais: Salvador, Teresina e Cuiabá.

Show da palmatória

para Peinha do Cavaco

 

 

Estava na parada de ônibus, comecinho da Frei Serafim, lá em 1982, não me falha a cabeça, quando Peinha do Cavaco apareceu, sofrido de dar pena, as mãos inchadas de tanto apanhar no Dops, logo ele, sambista piauiense dos bons, por ter feito uma paródia, cantada no Nós & Elis, que os “home” da ditadura militar, de triste memória, não gostaram nem um pouco, levando-o dali, barzinho em frente à Adufpi, direto pras dependência daquele órgão repressor, rua Coelho Rodrigues, centro de Teresina, onde deram nele com palmatória, de madeira grossa, não um, cinco ou nove bolos, mas algumas dezenas, a ponto de nosso artista, homem sensível, incapaz de fazer mal a ninguém, gemer de dor, uma dor pungente, sob a indiferença dos que o batiam, que davam gargalhadas e zombavam de sua cara, felizes e sádicos como nunca, afinal quem mandou o mestre do cavaquinho, fã de Alberto Silva, político endeusado no Piauí, tirar sarro de Hugo Napoleão, candidato da Arena, partido de sustentação dos milicos?, daí mais que merecida a pisa, segundo os tais meganhas, pra ele, nosso talentoso músico, aprender a não mexer com gente grande, das elites locais, sob pena da próxima vez, gritaram no seu rosto, ele vestir o paletó de madeira, não com alguns bolos de palmatória, mesmo com buracos no meio, que provoca sofrimento infinitamente maior, talvez capaz até de tirar o juízo da vítima, mas pendurado no pau de arara, de cabeça pra baixo, tomando choque por todo corpo, inclusive no cu orelha nariz pênis boca ouvidos, talvez assim, quem sabe, aprendesse o devido lugar, e não ficasse por aí, com brincadeirinha de mau gosto, metendo-se em disputa política e, mais grave ainda, difamando o representante da Redentora com um refrão, veja só, inspirado em cantiga de Gonzaguinha – O que é, o que é? – nadinha respeitoso: “Hugo é bicha, Hugo é bicha, Hugo é bicha”, razão de ter entrado, nosso Peinha do Cavaco, em taca “boa”, reafirmaram os “home” enfurecidos, enquanto eu, indignado com tamanha brutalidade, sofria com a rosto melancólico do nosso instrumentista, apanhar brutalmente daquela maneira, sem crime nenhum, tão somente uma sátira típica de período eleitoral, pegar uma surra daquelas, de forma covarde, não um, cinco ou nove bolos, mas algumas dezenas, de palmatória fornida e implacável, com buracos bem no centro, pra sugar o couro da mão, conforme os entendidos, e provocar, acredite, dores horríveis, ainda mais num homem inocente, compositor criativo, admirado pelos piauienses, quiçá dos brasileiros também, por isso tratamos logo, reunidos na Ufpi, a companheirada toda que fazíamos o movimento estudantil na época, por meio do DCE, Diretório Central dos Estudantes, entidade máxima dos universitários da nossa Federal, maneira carinhosa de chamá-la, de organizar um protesto contra tamanho absurdo, arbitrariedade das brabas, que batizamos, contendo toda nossa indignação, de Show da Palmatória, reunindo vários cantores da terrinha que, solidariamente, toparam soltar a voz no auditório do CCN, tomado de estudantes por todos os lados, muitos deles não segurando as lágrimas, em choro de soluçar, apesar de saberem que essa barbaridade, de tortura impiedosa, era comum durante a ditadura militar, sem falar dos assassinatos e sumiços de muitos jovens Brasil afora, a exemplo de Honestino Guimarães, estudante de Geologia na UnB, até hoje desaparecido, aos 26 anos, morto apenas por criticar o regime ditatorial e defender a democracia, relato que faço aqui, puxando da memória já fraca, com o intuito de não deixar que esses lamentáveis fatos voltem a ocorrer, bem como impedir que nossa juventude embarque em projeto nazifascista, assumindo ingenuamente, influenciados pela grande mídia e redes sociais, discursos de ódio e preconceito, pois italianos e alemães, assunte direitinho, já vivenciaram tais experiências, tudo documentado em livros filmes peças de arte, e tiveram que pagar, ao final do conflito, um altíssimo preço, tanto em grana como num montão de cadáveres, oxalá Deus nos proteja e guarde desse cruel infortúnio.

Um beijo na bunda

Quando cheguei em casa naquele dia, a “velha” estava apavorada. Uma intimação da Polícia Federal me dava um prazo de 48 horas para comparecer à sua agência, ali na Avenida Maranhão, a fim de prestar alguns esclarecimentos.
– Você andou fazendo algo errado, meu filho? – indagou mamãe.
Um dos meus irmãos levantou a hipótese de envolvimento com droga, uma vez que no meio artístico, segundo ele, todo mundo puxava uns “baseados”.
– Ele ultimamente anda se comportando de um jeito muito estranho.
Outro apontou, por sua vez, que o motivo estivesse relacionado à militância política, essa mania absurda minha de querer endireitar o Brasil, como se tal sonho ainda fosse possível.
– Aposto como são as greves e as passeatas nas quais ele vive metido.
Diante do meu silêncio, dona Raimunda ficava cada vez mais aflita. Não bastasse a trabalheira de cuidar de tantos filhos, nove ao todo, agora tinha que se preocupar também com problemas na polícia.
– A culpa é da senhora, mamãe, que deixou esse menino fazer o que bem entendesse – responsabilizou a irmã mais velha.
Apresentando-me no dia seguinte, constatei que não era nenhuma coisa nem outra. O motivo era até irrelevante e banal, pelo menos para mim: um prospecto do show “Correnteza desse rio”, reunindo os grupos Varanda e Candeia, em noite memorável no Theatro 4 de Setembro.
– Você é um dos autores desse documento? – inquiriu o agente.
– Sim.
– Tem consciência de que ele contém expressões perigosas, para não dizer subversivas?
– Em absoluto. É tão somente um texto de apresentação do show – justifiquei com firmeza.
– Mas aqui – disse apontando para um trecho –, vocês falam de um movimento transformador e revolucionário.
Nesse momento, a ficha caiu de vez: os “home” não haviam gostado nem um pouco daquilo. Esquecemos que o Brasil vivia sob um regime autoritário, no qual certas palavras foram proibidas. Diante do sufoco, a melhor saída era improvisar, técnica aprendida nas oficinas de dramatização.
– No campo da arte, que fique bem claro, enquanto movimento cultural.
– E qual o motivo de usarem o termo revolução? Queriam dizer o quê?
– Deixar de receber tudo de fora, valorizando os músicos da terra.
– Ah! Não havia aí, portanto, nenhuma conotação política?
– Pelo contrário, não costumamos misturar as coisas. Cada macaco em seu galho: cultura aqui, política lá.
Quando pensei estar livre, já tendo esclarecido tudo, não é que ele me aparece com outra indagação, desta vez mostrando a faceta moralista da ditadura militar.
– Por que encerram o folheto deixando um beijo na bunda do público?
– Mera cordialidade artística.
– Não seria mais recomendável desejar um bom show a todos?
– Talvez, porém sem a marca e a irreverência do teatro.
– Teatro?
– Sim, o show tem por objetivo arrecadar dinheiro para a IV Mostra de Teatro do Piauí, a ser realizada na cidade de Amarante.
– Mais uma coisa: vocês costumam se beijar na bunda?
Finalizou o interrogatório abrindo um sorriso irônico no rosto. Naquele instante percebi que, além de ignorantes, os representantes da repressão eram patéticos. Às vezes me pergunto como o Brasil suportou a tirania por 21 longos e tenebrosos  anos. Tomara que a democracia nos envolva eternamente em seus braços.

Sessentão

Com minha mãe, dona Raimunda, de 94 anos

A manhã daquele sábado surgiu bonita, radiante, no bairro Gurupi, onde resido atualmente. Até o canto da fogo-pagô, que costuma aparecer, soou  mais afetuoso. Acordei feliz e disposto a encarar meus 60 anos, a tão propalada velhice, chamada também, eufemisticamente, de terceira idade. Foi em 15 de dezembro passado, data difícil de esquecer, ainda mais a partir de agora. Fase marcada por outros olhares: maduro, tolerante, solidário e cético. Na mesa do café, sensação boa em receber beijos da esposa (Lucíola) e filha (Andreia), bem como os parabéns da empregada, dona Nilza. À noite o coração quase tem um piripaque, no Cantão, ao receber felicitações de familiares e amigos queridos, em especial de dona Raimunda (mãe, de 94 anos), da Carolina (a outra filha) e dos netinhos (Robert Neto e Isabela). Ao som de artistas extraordinários – Gonzaga Lu, Soraya Castelo Branco, Ricardo Totte (Batuque Elétrico) e Teófilo Lima, a festa varou a madrugada celebrando a vida e o porvir.

Quem diria o garoto prematuro de sete meses, nascido na Benjamim Constant, em Teresina de 1958, ter sobrevivido e entrado no clube dos sessentões? Meus pais e irmãos mais velhos não acreditavam que eu fosse “vingar”, como se dizia na época. Tanto por esse motivo quanto, sobretudo, pelo fato de viver enfermo, portador de mil doenças, desde o sarampo até a asma. Daí todos os cuidados e mimos, de pais e irmãos, voltados para o coitadinho da família. Que não podia pegar sereno, um mormaço qualquer, imagine banhar de chuva, paixão realizada às escondidas. Salvo, fiz os estudos na capital, grande parte, em colégios da rede pública: João Costa, Engenheiro Sampaio, João Clímaco D’Almeida e Benjamim Batista. Somente 2º e 3º anos, do antigo científico, concluí em escolas particulares – Andreas Versalius (The) e Miguel Couto Bahiense (RJ), respectivamente. Biologia era pra ter sido meu primeiro curso superior, infelizmente abandonado na UniRio, puxado de volta à terra natal pela saudade.

Depois de uma passagem rápida e frustrante no teatro piauiense, por pura falta de talento, resolvi fazer Letras na Ufpi, nossa Federal, como a apelidávamos carinhosamente na década de 1980. Lá aprofundei o gosto pela leitura e o prazer de ensinar, duas atividades intimamente interligadas. Sem falar também do aprendizado político, através do movimento estudantil, lutas históricas travadas em defesa da democracia e contra a opressão militar, de triste memória. Foi no magistério, em contato com jovens do 2º grau, que encontrei minha praia, de onde nunca mais arredei o pé. Ao todo, são quase 40 anos de sala de aula, no início ensinando português, hoje ministrando literatura, tendo lecionado em várias escolas de Teresina. Dessas experiências, uma desponta muito especial: o Pré-Enem Seduc, outrora Cursinhos Populares, projeto de inclusão universitária do governo estadual envolvendo alunos de escolas públicas, que idealizei e coordeno no momento.

Graças ao livro, outra grande paixão, não desandei no espetáculo da vida, tampouco pedi arrego nos braços da indesejada das gentes, como diria Bandeira. Tratei de lançar livros, sete ao todo, entre contos e crônicas, de forma independente e vendidos corpo a corpo, em contato direto com o leitor. Linguagem dos sentidos, lançado em 1991, foi o primeiro, e Cu é lindo & outras histórias, de 2016, o último, ambos com tiragem de mil exemplares. Depois organizei em 2003, junto com os professores Cineas/Romero/Nilson, o Salão do Livro do Piauí (Salipi), evento cultural dos mais importantes do estado. Achando pouco, convidei o publicitário André Gonçalves para lançarmos, comecinho de 2012, a revista que daria uma guinada em nosso jornalismo cultural: Revestrés. Não satisfeito ainda, apresento mensalmente, numa dobradinha com a professora Hildalene Pinheiro, um sarau poético na Livraria Anchieta, batizado de Café Literário. E, por último, assino há 12 anos esta coluna no jornal Meio Norte. Cansado? Nem um pouco, acredite, pois trago gravado no corpo e na alma uma tirada genial do saudoso Belchior: “Amar e mudar as coisas / me interessa mais”.

Obsessão musical

 

Talvez o que estragou tudo entre nós, querida, tenha sido minha intolerância musical, essa paixão desmedida pela Janis Joplin, de querer ouvi-la incessantemente, sem trégua nem pausa. Sem perceber, acabei me tornando um fanático típico, desses que andam por aí implicando com Deus e o mundo, incapaz de respeitar as preferências dos outros. No fundo, acho que você suportou até demais, indo além do limite, pois nada mais insuportável do que um chato, ainda mais sendo roqueiro. Mas só vim perceber isso, acredite, depois de pegar um tremendo pé na bunda de você, de ser trocado logo, quem diria, por um fã de música sertaneja. E o que é pior, por um carinha de nosso ciclo de amizade que, sem eu dar conta, já vivia de butuca em sua beleza. E eu, de otário metido com a Janis, melancólico e triste, ouvindo sem parar Maybe, Piece Of My Heart e Cry Baby, indiferente a você e a todos ao meu redor. Quando tocava Summertime, disparada a mais bonita, podia estourar a 3ª Guerra Mundial que não ligaria a mínima. Educada, você não reclamava nada, talvez até gostasse das canções dela, a “desgrenhada maluca”, segundo alguns de nossos amigos. Ou era amor que sentia por mim? Na época, acreditava que fosse tão somente o desejo de ter um namorado, um marido em potencial, essa paranoia que ainda perturba o imaginário das mulheres, sobretudo, em Teresina. Imbecil, não percebia que, longe de interesse, o amor se manifesta de várias formas, inclusive através do silêncio, poesia traduzida em você como em ninguém. Mal desconfiava que qualquer amor, como disse um grande escritor, já é um pouquinho de saúde, um descanso na loucura. Amadurecido hoje pelo sofrimento, fruto dessa eterna dor de cotovelo, quem sabe não tolerasse você curtir a Ivete Sangalo, essa tal de axé music sem pé nem cabeça, enlatado baiano pra enganar trouxa. Tá vendo, eu de novo com meus preconceitos, não é mesmo? Engraçado era que você indagava, vez por outra, a razão que me levava a gostar tanto de Janis Joplin se não entendia bulhufas do que ela cantava. Confesso realmente que meu inglês, se é que posso chamar assim, não vai além de “the book is on the table”, único legado assimilado do ensino nas escolas. O diabo é que a música toca na alma da gente, como só essa cantora norte-americana é capaz de fazer, pra nunca mais desgrudar dos tímpanos, independente de entendermos ou não. É naquela voz gritada, num desespero de compartilhar sentimentos, que está sua diferença em relação aos demais intérpretes. Ela cantava não só com a boca, mas com o corpo todo, entregando-se inteira igual enlace amoroso. Não pense que passei a odiá-la, querida, por me retirar ao vê-la chegar com o fulano, ou mal cumprimentá-la. Apenas não tolero ver a felicidade estampada no seu lindo rosto, atestado notório de minha incapacidade em amar. Negar que gostaria de tê-la de volta, merecedor de seus estupendos beijos, não é possível nem sensato. Durmo e acordo diariamente alimentando essa esperança. Difícil é reconhecer que, apesar de tudo, nosso entrelaçar de desejos não daria em nada outra vez, vocacionado que sou à tristeza e à tara por Janis Joplin. “Penso em você com insistência. Se fosse possível recomeçarmos… Para que enganar-me? Se fosse possível recomeçarmos, aconteceria exatamente o que aconteceu. Não consigo modificar-me, é o que mais me aflige.” Enquanto isso, a saída é afogar as mágoas em Maybe, Summertime…