As diversas manifestações do pensamento humano, sejam elas expressas através das mais variadas formas de linguagem escrita ou oral, ou ainda através de artefatos ou objetos simbólicos, trazem consigo as marcas de seu tempo, as características do lugar em que foram gestadas e as particularidades de quem as vivencia.

Longe de ser um problema, é justamente isso que faz com que o pensamento não se descole da realidade, se perdendo num emaranhado abstrato de teorias e fórmulas que nada dizem sobre o que nos cercam. Num mundo em que determinados padrões hegemônicos tendem a ser impor globalmente, qualquer reflexão que se pretenda crítica não pode prescindir dessa condição, sob pena de tornar-se insignificante e sem sentido.

Assim, quando utilizamos o termo B-R-O-BRÓ não estamos nos referindo somente ao apelido popular para um fenômeno climático de uma determinada época do ano numa região geográfica específica, no caso, a cidade nordestina de Teresina, capital do Piauí. Estamos chamando atenção para um signo que pode nos permitir adentrar um conjunto de conteúdos cujo significado caracteriza o modo de ser, pensar e agir de sujeitos historicamente situados, através de processos materiais, políticos e culturais cotidianos, “os produtos dialéticos de um mundo global em movimento” e um monte de outras coisas ainda por se manifestar.

É a isso que este espaço se destina.