Mamatcha é doida e meiga. Eu não sei tudo da história dela, pois peguei pela metade. Sei que era gata top que adorava uns looks ousados – foi pra praia de melissa aranha em 81. É uma morena cor de jambo com canela, canta bem, tem pavor de roupa mal passada e chama “Netflits”.
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trevo <3
Ela casou com meu pai – que neste aspecto teve muito bom gosto – e teve a Mirinha. Eu cheguei só seis anos depois, dando trabalho, com o coração todo furado. O que mais me lembro desta época, fora as barbies que ganhei no hospital e a dieta a base de beterraba, é da minha mãe sempre do lado, às vezes chorando, às vezes fingindo que tava tudo bem (criança saca dessas coisas). Eu prometi a ela que nunca ia morrer.
Voltei pra ti, mãe. Pro teu colo, pra tua comida – comida de mãe nutre, alimenta a alma e o coração. Segurou a minha mão nas maiores crises, chorou comigo, deu comida na boca, dormiu abraçada porque eu tinha medo. A melhor parte de voltar pra casa foi ter todo esse carinho quando mais precisei – e também dividir os brincos e colares arrasantes com essa mulher.
Eu tenho bastante certeza de que eu não teria conseguido chegar aqui sem ela.
Tu é trevo de quatro folhas, mãe.