Capa: detalhe da camisa de Valter Hugo Mãe | Foto: André Gonçalves

Ao folhear esta edição de Revestrés, a #44, você vai perceber que demos uma mexida na programação visual. A partir da capa, e pelas páginas adentro, buscamos ficar mais leves, mais claros, mais arejados. Em 2020 vamos completar 8 anos de existência, e essas pequenas – mas significativas – mudanças fazem parte da nossa inquietude.

Aliás, inquietude é o que não falta nessa edição. Como não falta também essa vontade de resistir e deixar a vida acontecer com menos “peso” que em 2019. É preciso, sim, lutar como nunca contra todos os retrocessos e as nuvens escuras que pairam sobre aartes e a cultura nacionais, mas sem perder a ternura e a crença no colorido, no pensar leve e no fazer. Fazer sem medo e sem concessãao obscurantismo.

É bem o que diz, com seu novo look colorido como nunca, um de nossos entrevistados da Revestrés #44: Valter Hugo Mãe, o escritor que José Saramago chamou de “tsunami literário” e que mudou o guarda-roupa ao vir ao Brasil e a Teresina: abandonando as cores escuras que fazem sua marca pessoal, Valter Hugo Mãe se pôs em flores e cores, e diz: “eu quis trazer essa roupa florida para aludir a uma possibilidade de fazer germinar de novo, de simbolizar a vida”. Levamos, então, a camisa e a mensagem de Valter Hugo Mãe para a capa da revista, buscando ampliar seu alcance e contribuir para semear algum otimismo.

Nessa edição fomos um tanto ousados, porque é tempo de o ser, e, além de Valter Hugo Mãe, entrevistamos Jessé Souza em Paris. O sociólogo brasileiro fala longamente com Sônia Oliveira e, para variar, traz alguma polêmica com suas posições, sempre críticas e em busca de uma nova leitura sobre o Brasil. E diz que os partidos políticos brasileiros não estão vendo claramente o que está acontecendo no país e no mundo. Uma leitura instigante, como sempre.

Nesta Revestrés temos ainda Lynn da Quebrada, Lurdinha Sex Shop, mulheres cervejeiras e uma reportagem que busca compreender – ou provocar alguma discussão sobre – os espaços destinados às artes visuais em Teresina. Um assunto que certamente não se esgota na reportagem, mas que merece ser levantado e debatido por quem produz arte e cultura no estado.

Temos ainda o belíssimo ensaio de Maurício Pokemon: Inventário Verde da Boa Esperança. Temos a crônica de Rogério Newton, dicas, poesia, a coluna de Manoel Ricardo de Lima, a Peixe Voraz do Léo Galvão e muito mais.

O ano um tanto nebuloso de 2019 acabou. É tempo de florir e de brigar, com coragem, alegria, cores e arte, com poesia e música, com conhecimento e ciência, contra o que tenta nos jogar para baixo
Está aí 2020, um ano bissexto. Com um dia a mais para a gente virar o jogo. Feliz ano novo!

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