(Por Samária Andrade. Fotos: Maurício Pokemon)

Acho que gostamos de pensar assim do lado de cá: encontro, conversa, descoberta.

A repórter Luana Sena tentando descobrir o lado B do Validuaté

A repórter Luana Sena tentando descobrir o lado B do Validuaté

Claro, às vezes nos salvam um telefonema ou um e-mail, mas nada substitui a conversa face to face. Olhar para onde olha o entrevistado, acompanhar seus gestos, saber se tosse, se engasga. Olhar como tá vestido, como senta, se fuma e como fuma, se levanta, se interrompe, se fala rápido ou devagar. Se pede pra você repetir a pergunta, se recusa a sua pergunta. Se parece te examinar e você, repórter, já nem sabe mais se controla a cena ou se há cena alguma para controlar. Se o entrevistado estava nervoso, se te deixou nervoso. Se toma cafezinho depois do almoço. Se tem uma cadeira preferida na mesa. Se cruza a perna. Se usa mais a mão direita. Se tem letra legível. Se limpa os óculos. Se tentou ler as suas anotações. Se estava apressado, perfumado, descabelado. Se era um dia incomum ou pareceu tudo tão relaxado.

No e-mail ou telefone você não vê nada disso. No e-mail você perde a chance de esconder a sua listinha de perguntas quando, diante do encontro, elas ficam mofadas, a pesar no seu bloquinho.

Jornalismo. Encontro, conversa, descoberta.

No e-mail como saber que o escritor Luiz Alberto adorou a paçoca?

No e-mail, como saber que o escritor Luiz Alberto adorou a paçoca?

A entrevistada Marinalva também está no modo como recebe, na toalha da mesa, no almoço que serve

A ativista Marinalva Santana também está no modo como recebe, no sítio onde mora, na toalha da mesa, no almoço que serve