Toda vez que a gente olha pra trás dá um misto de espanto e alegria ao perceber quanta coisa coube em nossas páginas – e quantas páginas couberam num ano todinho de possibilidades, de encontros, de ideias.
Antes da gente fechar 2015 – o que acaba são os prazos, as pautas continuam – achamos que seria generoso compartilhar com vocês as capas desse ano maluquinho, de manchetes bipolares, mas de muita história incrível pra contar.
O encontro com Ziraldo, na iminência de 2015, trouxe a frase que agarramos como um mantra para o ano que acabara de começar: “O mesmo tempo que a gente gasta sonhando, a gente gasta fazendo”. Parece que funcionou, visto que na edição seguinte conseguimos o feito inédito de trazer duas entrevista em uma. Duas mulheres, uma capa, várias lutas: Ana Carolina Fortes e Assunção Aguiar unidas em suas diferenças discutindo aborto, machismo, racismo, igualdade, sexualidade.
Em maio a Revestrés virou um gibi para homenagear um dos maiores quadrinistas do Piauí, Arnaldo Albuquerque. A mesma edição tentou acompanhar a jornada ilustrativa de quem vive de desenho por aqui e pelo mundo. Aliás, pelo mundo também, mais especificamente em Nova York, encontramos Paulo, do premiado doc “Gazelle – The Love Issue”.
Depois a gente continuou sonhando alto e conseguiu levar para as bancas a primeira pesquisa de opinião sobre o consumo de cultura no Piauí. Foi a hora de olhar para dentro. Alguns dados não empolgaram, é verdade, mas nos ajudaram a puxar discussões urgentes e qual não foi nossa feliz surpresa ao perceber o debate se estendendo para escolas, universidades, mesas de bar e jornais. Nossa agenda ficou lotada, discutir cultura viralizou.
A Revestrés#21 verme-lhô com a elegância de Isis Baião. Bem humorada, a teatróloga e ex-repórter de O Cruzeiro nos ensinou a refletir, provocando: como um jovem preocupado com uma profissão que dê dinheiro vai ser impactado pela arte?
Não temos a resposta, mas, impactados que ficamos, fomos até Fortaleza e depois São Paulo, conversar com Eder Chiodetto, curador e um dos maiores nomes da fotografia e arte contemporânea no Brasil. E para que serve tudo isso, Eder? Para nos tirar do formato automatizado em que vivemos, trair a racionalidade, ironizar.
É claro que teve que ter festa para repartir tudo isso que catamos por aí com vocês. Ocupamos a livraria, a Casa do Cultura, os Trilhos e o Galpão do Dirceu.
2016 vem aí, e a gente vai seguir enxergando a vida por uma angular maior. Bem do nosso jeito, de Revestrés.