Comer é, de fato, uma experiência social e coletiva. Com um mundo cada vez mais digital e imagético, compartilhar a vivência alimentar em redes sociais se tornou o hobby – e até o trabalho – de algumas pessoas. Comer, avaliar e indicar faz parte da atividade de quem gosta de conhecer diferentes sabores da culinária e espalhar experiências. 

Com mais de três anos com um perfil ativo no Instagram, o criador do perfil Comidas e Lugares em Teresina – CLT (@comidaselugaresemteresina) diz que falar de comida na rede social começou como diversão, porque ele saia muito no início do namoro. Criado em 2016 e monitorado por dois amigos que optam pelo anonimato, o perfil já ultrapassou 70 mil seguidores. 

No mesmo ano, a ideia também brotou na mente da professora Rita Santana, 30 anos. Ela foi estimulada por amigos e hoje o perfil Comer, Beber e Sentir (@comer_beber_sentir) tem mais de 32 mil seguidores. “Eu pensei: que legal seria ter um perfil, até para mostrar que as pessoas não precisam sair para o mesmo lugar e pedir sempre o mesmo prato. A cara do teresinense é o filé com fritas e o frango desossado”, diz aos risos. 

 

No boom dos influenciadores digitais, os influenciadores gastronômicos estão voltados a influenciar o desejo de comer. Por se tornarem conhecidos, sabem do peso que suas avaliações têm e como podem impactar em um produto ou local. “Eu não falo mal. Entendo que a gente tem muito seguidor. O perfil é bacana pra quem empreende e pra quem trabalha. Se eu falar mal, vou passar a imagem de que o lugar não presta. E vou ser, eu, o responsável por quebrar um estabelecimento?!”, indaga o criador do CLT. “Quando eu não gosto, não posto”, acrescenta, garantindo que dá dicas a esses proprietários para melhorarem o serviço. 

A jornalista Julianna Galvão, que trabalha com estratégia digital e produção de conteúdo, ressalta que perfis de indicação de comidas devem ter cuidado em não quebrar a confiança com o público. “O consumidor desse tipo de informação quer sinceridade, quer ter certeza que a informação não foi comprada, não foi um acordo ou parceria”, afirma. 

Matéria completa na Revestrés#41 – maio-junho de 2019.