“Se eu sair de uma festa e não comer mão de vaca, não sou nem gente”, afirma Eduarda Leão, estudante, 18 anos. Ela e os amigos não perdem uma festa no final de semana, e não deixam de comer mão de vaca no Mercado da Piçarra (no bairro Piçarra, zona Sul de Teresina). O local é um ponto para curar a ressaca e repor as baterias ao fim do rolê. 

Às três da manhã já tem panela de pressão chiando e passos apressados para colocar a comida no fogo. Preparar café reforçado para a clientela é a missão dos 26 permissionários da praça de alimentação do mercado, de domingo a domingo. Às quatro, as mesas estão postas. O vai e vem é intenso. Mais de duzentas pessoas passam por lá entre o sábado e o domingo, segundo a Prefeitura de Teresina. 

“Comecei a sair aos 16 anos e sempre vinha pra cá. Minha irmã mais velha me apresentou o mercado e minha mãe também”, conta Eduarda. Ela, acompanhada de três amigos, disse que é sempre bem atendida e tem muitas opções para comer. “Olha o tanto de coisinha que tem, né, Brígida?”, pede a confirmação da amiga, ressaltando a quantidade de boxes na praça de alimentação. 

Eduarda, Brígida, Giulia e Jordan têm a mesma opinião quando o assunto é curar a ressaca: “Pra mim, cura. Panelada, comida de caldo, é babado”, comenta Brígida Carvalho, 28. Giulia Costa, 19, comenta que melhora até o humor na hora de acordar. Jordan Amorim, 25, cliente do mercado já há quase 10 anos, dificilmente “pega falta” nos pós-festas da turma para ele, não existe fim de festa sem a ida ao mercado. Para Brígida, os motivos são a variedade de opções e o preço acessível. “Se tu pagar 10 reais, dá pra comer bem duas pessoas. Vem arroz, vem feijão, macarrão, tudo, tudo”, diz. Os preços, conferimos, variam entre 10 e 50 reais. 

O Mercado da Piçarra recebe um grande número de pessoas após grandes shows na cidade. Giulia relata que cantores famosos gostam de comer no mercado. “No dia que eu tava aqui veio o Jonas Esticado. Você lembra, tia?”, fala com a vendedora do DM Restaurantes sobre o cantor cearense de forró. Segundo Brígida, tia Raimundinha é uma referência no mercado, e parte dos artistas que frequentam o local gostam de comer em seu restaurante. Dona de passos ligeiros, ela se divide entre atender os clientes, preparar as comidas e esbanjar alegria com quem lhe faz um pedido. 

Completa na Revestrés#42 – julho-agosto de 2019. Nas bancas!

☎ Assine e receba em qualquer lugar do Brasil: www.revistarevestres.com.br ou (86) 3011-2420
💰 Ajude Revestrés a continuar produzindo jornalismo independente:
catarse.me/apoierevestres