Registros históricos dos processos de surgimento da cerveja existem há milênios. Cervejas foram oferecidas em honra dos deuses, para alimentar doentes, para pedir abundância e fertilidade. Enquanto homens cumpriam as tarefas de caça e guerra, pelas mãos das mulheres a produção da mistura básica – malte, lúpulo (que dá o amargor), água e levedura – tomava corpo e o imaginário popular. Mas houve um tempo em que mulheres que produziam também eram chamadas de bruxas.
Hoje, apreciar tarefas como cozinhar, escolher boas panelas, fazer o trabalho caseiro pode parecer, para alguns, ir contra a emancipação das mulheres. Mas há um segmento que levanta essa bandeira e usa a história como o melhor argumento. Soma-se a isso a busca pela produção fora da lógica industrial e do consumo acelerado e acontece: o universo das cervejas artesanais atrai e mostra espaço crescente.
A possibilidade de produzir cerveja de modo caseiro assustou Jasmine Ribeiro Malta quando viu a descoberta do marido. “Fui reticente quando ele resolveu adaptar a panela e pesquisar receitas para fazer cerveja, Eu falava: ‘isso não vai dar certo’. Só que, após 30 dias, a cerveja ficou boa e entendi que tinha uma mágica ali”. O sucesso das primeira tentativas despertou sua curiosidade e ela passou a frequentar cursos, viajar para outras cidades e conquistou certificado como técnica em cerveja artesanal.
Já a primeira receita que Anne Galdino e o marido tentaram, não deu certo.
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