Nesta segunda-feira (20) o Clube dos Diários viveu uma noite memorável, que lembrou as antigas tertúlias, em termos de emoção e público. Tudo para celebrar a figura de Célio Barbosa e seu importante trabalho à frente da Fazenda da Paz, agora documentado em texto por Marina Farias, jornalista das mais competentes da imprensa local. O livro-reportagem é resultado de quatro meses de prazeroso trabalho pesquisando a vida e obra desse mineiro, filho de Belo Horizonte, que deixa o mundo do tráfico na terra natal para cuidar de dependentes químicos no Piauí. Ao longo desses 23 anos, seu trabalho proporcionou, desde 1995, esperança e cidadania a milhares de pessoas. O título da obra não poderia ser mais apropriado: A Luta Contra as Drogas – A História de Célio Barbosa e da Fazenda da Paz, volume em 165 páginas e lançado pela editora Quimera.
Bastante prestigiado, o lançamento reuniu de autoridades a familiares dos acolhidos nas comunidades terapêuticas, hoje distribuídos em cinco sedes da entidade – duas em Teresina, duas em Timon (MA) e uma em Valença, englobando quase 300 internos. Bom é saber que já funciona, inicialmente em nossa capital, uma unidade exclusiva para mulheres, no povoado Canaã, zona rural. E pensar que tudo começou, lá pela década de 1990, numa casinha de palha em Timon, com a valorosa ajuda do arcebispo Dom Miguel Câmara e do Pe. Pedro Balzi, ambos entusiastas do projeto a partir de sua concepção. Nas falas, todos foram unânimes em destacar a liderança de Célio Barbosa na condução desse trabalho que orgulha os piauienses e serve de modelo no plano nacional, sendo elogiado, inclusive, pelo Ministério da Saúde.
Alguns depoimentos contidos no livro, que agora chega às livrarias, expressam muito bem a verdadeira dimensão desse mineiro de nascença e piauiense de coração, bem como do significado extraordinário que desempenha junto aos dependentes químicos (drogas e álcool) e seus familiares. Ele, sua esposa, Eneida Lustosa, e uma equipe comprometida com o projeto.
“Falar do Célio Barbosa, ou do Célio Paixão, que é como eu o chamo intimamente, pela nossa amizade, é falar de uma pessoa radical, extremamente radical. O Célio é daquelas pessoas que perdem o convívio, perdem a amizade, perdem o dinheiro, perdem a aposta, mas não perdem nunca a transparência no trato. Ele é radical, mas é radical para o bem. Radical no amor, na coragem de servir. Essa é sua maior característica!”
(Cloves Benevides / Gestor Público)
“Todo mundo nesta vida vai deixar uma lembrança do Amor de Deus para os irmãos: Célio é uma verdadeira testemunha disso. Muitos jovens passaram pela Fazenda da Paz para se recuperar: O Célio não foi só uma referência, mas um pai cuidadoso e rigoroso na maneira correta para eles redescobrirem sua dignidade, aquela que eles tinham perdido.”
(Oreste Fratus / Presidente Associazione Amici di Padre Pedro Balzi)
“A pessoa do Célio é uma liderança forte e usa isso em favor da causa da dependência química. Ele é visionário, enxerga ações, projetos, situações e realidades. Quero destacar o vínculo muito forte da família dele, onde sua companheira, dona Eneida, além de ser a esposa, mãe de seus filhos, é realmente uma companheira, uma presença forte em sua vida e também junto à Fazenda da Paz, junto à Fenoct e junto à Confenact. O Célio é uma pessoa humilde, que construiu sua trajetória em cima de grandes dificuldades.”
(Egon Schlüte / Presidente da Confenact e Coordenador Geral do Trabalho da Cruz Azul do Brasil)
“A palavra que define o Célio é superação. O Célio superou as drogas, superou o crime, superou preconceitos, porque eu lembro que, quando ele chegou ao Piauí, existia uma certa desconfiança. E, quando o Célio começou esse trabalho, quem deu a mão foi o padre Pedro Balzi e, com isso, ele acabou construindo esse bonito trabalho que existe hoje.”
(Regina Sousa / Senadora)
O livro é o primeiro volume, como destaquei na apresentação, de “Os imprescindíveis”, coleção que tem por objetivo destacar pessoas que fazem diferença em suas áreas de atuação, cujo trabalho melhora a vida dos outros e surge no interesse coletivo, e não fruto da vaidade pessoal. E ninguém melhor que o Célio Barbosa, esse quixote dos tempos modernos, para dar o pontapé inicial nessa série. Afinal, são figuras como ele, lutadoras a vida inteira, que são os indispensáveis de fato e de direito.
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