por Wellington Soares, professor
O novo governador do Piauí, Rafael Fonteles, entrou com vontade de trabalhar. E o que é melhor, acelerar o desenvolvimento econômico e social do Estado. Para tanto, convoca secretários e suas equipes a comparecer ao palácio de Karnak até nos finais de semana. É como se quisesse reeditar o histórico Plano de Metas, “50 anos em 5”, do ex-presidente Juscelino Kubitschek (no caso dele, são apenas 4). Daí ter se cercado, em boa parte, por gente jovem e com outra pegada administrativa. Sem falar com muito gás também. Entre as áreas priorizadas do seu governo, como tinha de ser, desponta a Educação. Como professor, sabe da importância da pasta a fim de mudar a vida dos mais de 3 milhões de conterrâneos.
No bom sentido do termo, as metas estabelecidas são ambiciosas. Se não, vejamos. De 9º lugar no Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), saltaríamos ao pódio de primeiro, hoje ocupado pelo Ceará. Será possível, tendo Camilo Santana (ministro) e Izolda Cela (secretária-executiva) à frente do MEC? Claro que sim, basta lembrar que ocupávamos, há pouco tempo, a posição de 14º lugar. Sem falar que nosso governador, além de um gestor determinado, é filho de um cearense com uma piauiense. Portanto, tem uma genética que o favorece bastante. Para completar, trouxe Washington Bandeira, amigo do Dom Barreto, com quem disputava as primeiras colocações nas disciplinas, para comandar a Secretaria de Estado da Educação (Seduc).
Quanto às escolas de tempo integral, que hoje fazem a diferença na educação nacional, Rafael quer sua ampliação para mais 100 nos próximos dois anos. E ao término do mandato, já reivindicou ao ministro atingir a universalização. Hoje são 96, distribuídas entre capital e interior, que melhoraram o desempenho do estado, tanto nos índices do Ideb como nas aprovações do Enem. Tornar o Piauí referência em Ensino Profissional e Técnico, ampliar a oferta de cursos na UESPI e na UAPI e reduzir a distorção idade-série no ensino fundamental (em parceria com os municípios) são outras metas a serem atingidas.
Para acelerar a concretização de tais metas, penso eu, seria fundamental incluir mais uma: despertar o saudável hábito da leitura entre nossos alunos das escolas públicas, levando-os a ler um livro por mês. Na lista a ser adotada, que não esqueçamos os autores locais. Com essa simples medida, o Piauí despontaria, para nosso orgulho e júbilo, como o estado mais leitor do Brasil. Afinal, a média de leitura no país não passa de quatro livros por ano. Isso teria desdobramentos, ninguém duvide, no aprendizado, no vocabulário, na resolução de questões do Enem e do Saeb e, sobretudo, na produção de textos da “galera”. Até porque fazer educação, como diria o mestre Paulo Freire, requer amor, coragem e paixão pelos livros.
*foto: Letícia Santos