Das quatro, tive o prazer de marcar presença em duas: Salão do Livro de Valença, ocorrido entre os dias 4 e 7, no Centro Educacional Santo Antônio; e Salão do Livro da Parnaíba, festejado no período de 11 a 14, no Porto das Barcas. Comecemos falando sobre o Saliva que, depois de quatro anos parado, voltou com tudo e algo mais – palestras interessantes, auditório lotado, contação de histórias para a meninada, estandes de livros com preços acessíveis, atrações artísticas maravilhosas, montagem de peças teatrais e, sobretudo, uma organização impecável. Dos convidados nacionais, merecem destaque Luiz Alberto Mendes, autor de “Memórias de um sobrevivente”, relato instigante de sua vida e da descoberta da literatura em presídio paulista; e Paulo Lins, escritor e roteirista dos mais respeitados no país, famoso pela obra “Cidade de Deus”. O sucesso do evento deve ser creditado ao competente trabalho de Kássio Gomes e da intrépida equipe que o assessora.
Além das feiras citadas, tivemos ainda o Salão do Livro do Piauí (SaLiPi), realizado em Teresina, e o SaLiVag, feito em Picos, abrangendo todo o Vale do Guaribas. Pouco a pouco, o livro deixa de ser coadjuvante e vira protagonista em vários municípios piauienses. Por si só, o livro não é capaz de mudar nossa ainda triste realidade, mas tem o poder de mudar as pessoas que, mudadas, serão capazes de transformar o mundo. Caso substituíssem o excesso de festas (com bandas caras e de fora) por eventos literários, os prefeitos dariam uma enorme contribuição à cultura local, semeando conhecimento onde hoje impera horizontes estreitos e vazios sem fim. E o que é melhor, a custo baixo e deixando um legado imprescindível às novas gerações. Embora polêmica, a máxima defendida por Ziraldo, o eterno menino maluquinho, contém algo de verdadeiro: “Ler é mais importante que estudar”.