Não, não teve texto de ano novo porque talvez – mas só talvez – não tenha tido ano novo algum. Peguei uma greve no mestrado, de modo que 2015 está estanque e pode ser esse o motivo da ausência de um reveillón em mim. Não somente. A verdade é que lá em janeiro do ano passado eu comecei um ano que só vai terminar daqui a dois. Aguardemos.
Mas é estranho aguardar sem que o tempo que passa seja marcado pelos acontecimentos – nada acontece, novamente, em mim. Não consigo mais ser mil. Não que um dia eu tenha conseguido, mas é fato que está bem mais difícil agora parar de problematizar tudo, falar de bobagem com os amigos, tomar um vinho – eu que nunca fui de vinho, veja você – escutando Gal cantando Azul. Tudo tem ficado tão intenso enquanto tento convencer a mim mesma que as coisas não precisam ter o peso de um elefante.
Fui acometida por uma LER na mão direita e agora digito enquanto penso no ousado projeto do meu corpo de tentar prender tantas palavras em mim. Dei pra ir deitar as 4 da manhã, mas isso nem significa exatamente dormir.
Fico muito bem em mim e, aparentemente, parei de sofrer por saudade ou expectativas. Sou de uma apatia terrível, tanto faz se tá frio, tanto faz se calor, se estamos na noite de sábado ou se a quarta-feira derrama cinzas pelo país. Você vai me ver sorrindo e pensar que estou curtindo pra valer qualquer momento, mas na verdade, em qualquer hipótese, pode apostar que eu preferia estar no sofá lendo o Twitter.