1. Um livro: Paulo Machado foi o poeta que me deu “a minha cidade”, me fez ver Teresina, o livro “Paz no pântano”, reeditado recentemente, é de uma força absurda.

2. Uma música: O álbum “From the Muddy Banks of the Wishkah”, do Nirvana, começa aos gritos e em seguida toca “School”. A primeira vez que ouvi isso, eu soube quem eu era.

3. Um escritor: Vou de Murilo Mendes, por que é como um amigo, abro a obra completa toda vez que estou inquieta e, magicamente, ele me ajuda de alguma forma.

4. Bibliotecas são… Instrumentos de acesso igualitário à informação, lugar de afeto, segurança, inclusão, solidariedade, acolhimento, independência e liberdade. Tudo isso você vê em ação dentro de uma biblioteca pública. Salvaguardar a informação e torná-la acessível é só uma ponta de toda uma gama de vivências que se desenvolvem nesse lugar .

5. Um lugar no mundo: Piauí, Barra Grande, maré baixa, o sol terminando de se pôr e a lua já aparecendo, você olhando os dois enquanto deita no mar.

6. Uma lembrança de infância: As tardes conversando com as plantas no jardim, enquanto todo mundo da casa dormia.

7. O que esperar do Brasil: A história que sempre se repete: uma elite enfadonha, um Nordeste que não cede e um povo capaz de reinvenção. Há esperança.

8. Um perfil pra seguir nas redes: Tenho gostado de acompanhar as indicações dos stories da Isadora Sinay (@isasinay).

9. Para tentar entender o mundo: A gente lê, olha, escuta, põe música; depois descansa e, se puder, foge de si e conhece outro lugar.

10. Um trecho de poesia que queria ter escrito: Uns versos de Olmo, da Sylvia Plath: “Sou habitada por um grito./ Toda noite ele voa / À procura, com suas garras, de algo para amar.”

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Renata Flávia nasceu em 1989 em Teresina. É poeta e servidora pública, trabalha em biblioteca e atualmente estuda sobre elas. Escreveu Mar Grave (2018), Lustre de Carne (2019) e Morada, te faço (2020), esse último distribuído via email gratuitamente.

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Publicado na Revestrés#52.