- Negritude: É resistência, é luta, é o orgulho negro, é a conscientização do valor e da riqueza cultural dos negros, é a liberdade de viver, é o amor, é a beleza negra, é a raça.
- Zona Sul: Abandonada, sem políticas públicas, sem saneamento básico, sem esporte, sem lazer, poucas oportunidades. A gente sabe no que vai dar se o governo não tomar uma atitude. Consciência não é encher a periferia de polícia achando que vai resolver, até quem é do crime quer uma solução pra mudar de vida.
- O Rap é o porta-voz da favela? E nunca vai deixar ser! É de lá que veio o Rap: dos guetos, das periferias, dos oprimidos, dos humilhados, dos esquecidos. O Rap não pode virar as costas para as periferias, tem que estar junto sempre!
- Violência e música: A música é foda, tem poder de mudar a vida. Quantos já não saíram do crime, estão de vida nova por causa da música? Tem músicas que influenciam a cometer algo errado, é fato, mas é consequência do cotidiano.
- O corre pra ganhar algum $: O corre do Rap não é fácil, ainda mais quando você é independente, dono do seu próprio trabalho. Mas é prazeroso, muita coisa eu já conquistei nessa caminhada do Rap e sou feliz por estar vivendo tudo isso.
- Quem não gosta de Rap? Pessoas de mente pequena e vazia, se soubessem a importância do Rap procurariam pelo menos entender e apoiar. Existem contradições, assim como em todos os estilos, mas o Rap é foda!
- Quem te guia? Tenho muita fé e no momento difícil me apego muito com Jah. Nada é por acaso, se estou aqui até hoje é porque Jah tem algo de bom pra mim, é que Jah me deu uma missão e estou cumprindo, mesmo com meus defeitos e pecados.
- A melhor quebrada: Toda quebrada é minha quebrada, ela sendo violenta ou não. E faço ela se sentir a melhor quebrada do mundo.
- A Irmandade: Hoje cada um está com sua caminhada, investindo em seus projetos. A Irmandade nunca morreu, tem sua história e vai além da música, muito além da roupa folgada, de uma letra de Rap. A Irmandade está em todo lugar, nunca vai morrer!
- O que escutar? Estou escutando muita música africana. Recomendo So Mi So, de Wande Coal. E Gbona, de Burna Boy.
Cledeilson Barreto de Araújo é Preto Kedé, artista do rap e hip-hop. Fez parte do Grupo de rap “A Irmandade”. Ele está da ocupação Comunidade Resistência, na zona sul, periferia de Teresina.
Publicado na Revestrés#43 – setembro-outubro de 2019.
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