Netinho da Flauta é considerado um dos mais talentosos instrumentistas surgidos no Piauí. Para muitos um mestre do improviso, Netinho não largava de jeito nenhum sua Carminha, nome com o qual batizou a flauta transversal que o acompanhou durante muitos anos em apresentações ao lado de diversos intérpretes e nos grupos Candeia e Varanda, do qual fez parte. Entre os que tiveram o acompanhamento de Netinho da Flauta, Alceu Valença, Xangai, Elomar, Vital Farias e muitos outros, Brasil afora e, em especial, em Teresina e no interior do Piauí.  “Minha casa é o meu chapéu”, dizia, justificando as muitas andanças. Autodidata, natural de São João do Piauí, ganhou o primeiro instrumento de presente do pai e, a partir dele, tocou e cantou as coisas do sertão e do nordeste. A flauta de Netinho foi sua amiga íntima até o dia em que foi obrigada a se calar, em março de 2002. No ar ficaram sua música e sua risada, sempre divertida. E, para a música nordestina, a marca de um intérprete intuitivo e competente.  

(Homenageado da Revestrés#34 – janeiro e fevereiro de 2018)