O nome de Ana Maria Rêgo está associado de forma indelével ao teatro piauiense e regional.   

Nascida em Floriano, em 1923, desde criança participava de atividades artísticas em sua cidade, no Teatro Polyteama: era presença certa na encenação de peças infantis, como Branca de Neve e Chapeuzinho Vermelho. Além disso, se apresentava cantando e exibindo seu talento para as artes cênicas sempre que lhe eram dadas oportunidades.   

Nos anos de 1940, chegou a Teresina para continuar os estudos de normalista. Para enfrentar as dificuldades corriqueiras a todos os estudantes que vinham do interior para a capital, trabalhou como balconista e revisora da imprensa oficial do Estado e se manteve estudando.  

Mesmo assim, manteve suas pretensões de seguir a carreira artística, e assim o fez. 

Ana Maria Rêgo sob o olhar do médico e agitador cultural Antônio de Noronha e do ex-governador Alberto Silva.

 

Em 1954 o diretor artístico da rádio Difusora, Rodrigues Filho, levou Ana Maria Rêgo para apresentar programas de notícias da rádio. Logo se tornou rádio-atriz, atuando em diversas radionovelas de sucesso, como Lampião e Maria Bonita e A Dona da Pensão, entre outras, cujos roteiros e capítulos vinham de emissoras nacionais. 

Ana Maria Rêgo integrou o Grupo de Teatro Experimental, que lançou novas propostas de atuação para o teatro amador. A estreia do Teatro Experimental aconteceu em 1959, com a peça Irene, de Pedro Bloch, já com Ana Maria no elenco. 

Nos anos 1960, fez sucesso com o programa Mariquinha Maricota, do qual era apresentadora. Em 1970 atuou no filme A Faca e o Rio, baseado na obra de Odilo Costa Filho e dirigido pelo australiano George Slinzer, Nesse filme, atuou ao lado do consagrado Jofre Soares e de Ana Maria Miranda.  

Em 1986, já entre as grandes atrizes da história do teatro, Ana Maria Rêgo tornou-se o nome do que viria a ser um dos mais relevantes prêmios nacionais das artes cênicas: foi criado por Galdiran Cavalcante e Carmem Carvalho o Concurso de Monólogos Atriz Ana Maria Rego, com apoio da Federação de Teatro Amador do Piauí (sob direção de Raimundo Dias) e da Fundação Cultural Monsenhor Chaves. Durante quase duas décadas o Concurso Ana Maria Rêgo revelou e consagrou grandes artistas e diretores, ganhando projeção nacional nos anos 1990. Apesar desse sucesso, hoje já não é realizado 

Mas o nome de Ana Maria Rêgo, que deixou os palcos e a vida em 2005, segue carregado de significados, sendo sinônimo de talento. Um nome que vive e mantém acesa a paixão por tudo que representa o teatro. 

Fonte: livro História do Teatro Piauiense, de Ací Campelo.

Nome da edição Revestrés#41 – maio-junho de 2019.