Mariano Marques, aos 60 anos, é muitos em um só. Em seu canto, longe das câmeras e dos eventos sociais, acorda cedo, reza, lê o evangelho, ouve Alcione e Ângela Maria e vai comprar os livros escolares do filho adotivo.
Criado em Fortaleza, Ceará, por três mulheres, se considera privilegiado. Herdou da mãe a devoção aos santos católicos: tem dois deles – São Francisco e São José – gravados na pele, e muitos outros no móvel da sala. “Às vezes as pessoas dizem que são católicas, mas não praticam. Você tem que honrar, ir à missa aos domingos, comungar, tem que fazer boas ações. Não basta ter uma religião, você tem que agir, tem que evangelizar”, defende.
Mariano chegou ao Piauí em meados da década de 1970. Veio para trabalhar no salão que Gurgel do Amaral, então o maior cabeleireiro do Nordeste, ia abrir em Teresina. “Já trabalhava com ele em Fortaleza. Minha família não queria que eu viesse de jeito nenhum, mas vim. Pretensiosíssimo!”, conta.
Em menos de um ano, o menino que penteava tão bem ganhou fama. “Fiz um desfile para uma loja de joias e o Piauí parou, porque eu fiz os cabelos todos com joias. Aquilo ali me deu muita notoriedade”, lembra. “Vim para ficar uma semana. Já vai fazer 40 anos”.
Além de fazer história com suas tesouras, Mariano Marques também se tornou marca na televisão. O convite para o primeiro programa, há 23 anos, não foi recebido com tanta alegria.
(Matéria completa na Revestrés#34 – Janeiro-fevereiro de 2018)