André produz poucas imagens de si mesmo. Mineiro, reservado, aprendeu a se cercar de montanhas como muralhas.
“Mineiro nascido em Niterói”, ele diz – para logo explicar: “só” nasceu na cidade do estado do Rio de Janeiro. Logo os pais voltaram a BH. Essa é a cidade que está em seu imaginário: Cruzeiro, Mineirão, Clube da Esquina, Milton, Pampulha, Drummond, Praça da Liberdade, Macarrão do Bolão, quem sabe tornar-se jogador de futebol, piano de seu Walter, pequenas fitas gravadas à exaustão.
A outra cidade é Teresina, onde chegou adolescente, na metade dos anos 1980, acompanhando o pai numa aventura: uma viagem de carro que era mais um caçador de si mesmo (“Eu, caçador de mim”, como na canção, uma busca do self).
Aqui revelou-se publicitário criador de textos que ganharam prêmios nacionais. Montou agência de propaganda. Lançou livros de poesia e prosa – hoje são quatro. Participou de exposições internacionais de fotografia. Venceu salão de artes visuais. Encontrou Samária. Produziu uma revista de cultura impressa – Revestrés – que está na edição 52 e tem assinantes em todo o Brasil. Criou cursos de criatividade. Foi pai de duas filhas, ganhou mais duas. Sentiu que queria mais calma e buscou ser zen, ganhando até um novo nome: Daikan. Está concluindo um mestrado em Comunicação, pesquisando e gostando de ser professor.
Ao lado do pai, ensaiou ser representante comercial. Descobriu que gostava mais da parte de viajar entre uma cidade e outra. Gosta também de aeroportos. Interpreta que eles dizem que sempre se pode estar partindo e inventando outros destinos.
Em fotografias, textos, artes visuais, no que cria e como cria, André produz muitas imagens de si mesmo.
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selfie em minúscula e com colchetes
Exposição de André Gonçalves no Espaço Cultural do Teresina Shopping (piso 2)
De 18/10 a 05/11
Curadoria: Douglas Machado
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Roda de Conversa:
Dia 18/10
19h
Mediação: Douglas Machado
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