O facão pode ser usado para ferir, mas também para abrir caminho nas matas.
Em 1989 a indígena Tuíra Kayapó colocou um facão no rosto do presidente da Eletronorte, em ato contra o impacto ambiental da construção da usina de Belo Monte, no Pará. Inspirada nisso, a artista Sallisa Rosa iniciou em 2017 a série “Resistência”, onde fotografa diversos facões utilizados por pessoas do seu convívio, como seu pai, sua irmã e familiares nas aldeias onde a artista percorreu, mostrados nos seus ambientes. É um símbolo de resistência. E também de sobrevivência. São imagens que trazem um ato de resistência que se expande para uma continuidade de se manter vivo.
Facão como utensílio, como instrumento, com o poder de afetar a ordem pública em diversos sentidos.
![](https://revistarevestres.com.br/wp-content/uploads/2019/11/facao-490x325.jpg)
***
Sallisa Rosa é natural de Goiânia, Goiás. Artista que atua entre o ancestral e o contemporâneo, investiga as possibilidades de identidades nativas contemporâneas, futuro, ficção e decolonização. É formada em jornalismo e mestra em Criação de Conteúdo Audiovisual pela UFRJ.
Esse trabalho está na Exposição “HISTÓRIAS FEMINISTAS: ARTISTAS DEPOIS DE 2000”, no MASP, em São Paulo, em cartaz até 17/11.
Publicado em Revestrés#43- Nas bancas!
☎ Assine e receba em qualquer lugar do Brasil:
www.revistarevestres.com.br ou (86) 3011-2420
💰 Ajude Revestrés a continuar produzindo jornalismo independente: catarse.me/apoierevestres