O facãpode ser usado para ferir, mas também para abrir caminho nas matas

Em 1989 a indígena Tuíra Kayapó colocou um facão no rosto do presidente da Eletronorte, em ato contra o impacto ambiental da construção da usina de Belo Monte, no Pará. Inspirada nisso, a artista Sallisa Rosa iniciou em 2017 a série Resistência, onde fotografa diversos facões utilizados por pessoas do seu convívio, como seu pai, sua irmã e familiares nas aldeias onde a artista percorreu, mostrados nos seus ambientes. É um símbolo de resistência. E também de sobrevivência. São imagens que trazem um ato de resistência que se expande para uma continuidade de se manter vivo.  

Facão como utensílio, como instrumento, com o poder de afetar a ordem pública em diversos sentidos. 

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Sallisa Rosa é natural de Goiânia, Goiás. Artista que atua entre o ancestral e o contemporâneo, investiga as possibilidades de identidades nativas contemporâneas, futuro, ficção e decolonização.  É formada em jornalismo e mestra em Criação de Conteúdo Audiovisual pela UFRJ. 

Esse trabalho está na Exposição “HISTÓRIAS FEMINISTAS: ARTISTAS DEPOIS DE 2000, no MASP, em São Paulo, em cartaz até 17/11. 

Publicado em Revestrés#43- Nas bancas!

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