Evandro Teixeira é uma figura mítica do fotojornalismo brasileiro. Revestrés teve o privilégio de mostrar, em suas páginas, um pouco de seu fabuloso trabalho, reconhecido em todo o mundo e que conta, em imagens, nossa história recente.

Baiano de Irajuba, nascido em 25 de dezembro de 1935, ele se mudou para Salvador em 1954 e lá fez um curso de fotografia por correspondência com José Medeiros, fotógrafo piauiense que integrou a equipe da revista O Cruzeiro e dedicou-se à fotografia de cinema.

Evandro Teixeira foi para o Rio de Janeiro em 1958 e, em 1963, chegou ao Jornal do Brasil, onde trabalhou durante 47 anos, até o jornal encerrar sua versão impressa, em 2010.

Cobriu em 1968, para o JB, manifestações do movimento estudantil no Rio de Janeiro e a repressão da ditadura militar, produzindo fotos que se tornariam símbolo da luta pela liberdade. Entre elas, o confronto de estudantes e policiais a cavalo no Centro do Rio.

Também fotografou, no Chile, em 1973, o golpe militar que derrubou o presidente Salvador Allende e instituiu a ditadura do general Augusto Pinochet. Ainda foi o único jornalista a fotografar o poeta Pablo Neruda morto, ainda no hospital. E registrou uma série de outras imagens, de personalidades do mundo e também de anônimos brasileiros.

Evandro Teixeira, mais que jornalista e fotógrafo, foi um cidadão político, sempre consciente do papel que as imagens obtidas por suas lentes tinham na construção de narrativas. Como ele disse: “Meu olhar, meu protesto, era a fotografia”.

Para publicação em Revestrés, Evandro escolheu algumas das imagens que o tornaram um nome de referência no fotojornalismo.

Evandro Teixeira morreu no dia 4 de novembro de 2024, aos 88 anos, por falência de múltiplos órgãos, em decorrência de complicações de uma pneumonia.

(Publicado na Revestrés impressa #26 – agosto/setembro 2016).