Não é possível afirmar com muita certeza que o belga André Fromont, nascido em 1949 na região da Valônia, Bélgica, seja um fotógrafo. Mas também não há como afirmar que não seja. Seu trabalho ultrapassa categorias formais, situando-se em algum ponto ainda indefinido na moderna produção imagética. Fromont não liga a mínima para o “instante decisivo” de Bresson, e suas imagens não são contadoras de histórias: são pontos de partida, são provocações, obras abertas que nos instigam a criar as narrativas, não a compreendê-las. A obra de André Fromont dessacraliza a imagem e a projeta em um lugar entre o delírio e o impossível. Uma obra vigorosa e contundente, que Revestrés tem o privilégio de trazer ao público brasileiro. 

Publicado na Revestrés#41 – maio-junho de 2019.