Texto e edição: Maurício Pokemon
Todos os anos, o rio Mearim vai ao encontro dos ribeirinhos nas cidades de Pedreiras e Trizidela do Vale, no Maranhão. Nesse período de cheia, objetos, brinquedos e móveis só reaparecem quando a água segue seu curso.
A margem é marcada pela ausência de políticas públicas, onde o Estado retroalimenta esse ciclo para manter a dependência das comunidades para com o poder. O termo “ausência” percorre o imaginário do fotógrafo ao construir uma narrativa de proximidade, da sua coleção de acontecimentos da cidade onde habita.
A presença das novas marcas em todo esse cenário sublinha a ausência e traz, para essa série, a noção das consequências trágicas de um lugar sem um olhar e cuidado com quem mora à beira do rio. Tudo já é esperado.
Joaquim Cantanhêde é Pedreirense (MA), jornalista e repórter do portal O Pedreirense. No fotojornalismo dedica-se ao registro dos processos de resistência e memória da ancestralidade africana de comunidades quilombolas do Maranhão.
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Ensaio publicado na Revestrés#46 (agosto de 2020) que, devido a pandemia, circula online e gratuita.
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