O projeto Carnaúba, pedra e barro na Capitania de São José do Piauhy é resultado de registros que se iniciam bem antes da minha formação em Arquitetura, em 1972. Desde a infância, a paixão pelos desenhos, que registram a minha vivência e os meus sentimentos pelos lugares e pessoas que conheço, faz parte do meu cotidiano e resultou em um grande acervo pessoal.

Parte deste acervo está registrada nesta obra que carrega, assim, parte da minha história de vida que se inicia em Campo Maior-PI, passa por Minas Gerais, onde adquiri importante conhecimento em registro e documentação do patrimônio cultural de forma profissional, e pelo Maranhão.

Foto | Maurício Pokemon

A publicação está diretamente relacionada à ocupação de todo o território do Piauí, que se tratou mais no interior do que no litoral, ressaltando o papel da criação do gado na ocupação desse território. Para representar esta ocupação, se unem aos documentos históricos (mapas, cartas, fotos) meus registros fotográficos, poemas e uma série de desenhos do que ainda se encontra preservado e do que merece ser valorizado.

Para mim, o mais importante desta publicação é como os elementos registrados representam as relações culturais, ambientais, políticas e econômicas que se estabeleceram ao longo da história do nosso estado, em área urbana ou rural, e como estas relações se expressaram na sua arquitetura. Para a sua concretização foi feito um cuidadoso levantamento arquitetônico, urbanístico e documental que resultou em uma seleção de elementos naturais e artificiais que representam essas relações entre os séculos XVIII e XX, que merecem ser valorizados e divulgados para as novas gerações.

Apresentar a riqueza desses elementos da nossa natureza – a carnaúba, a pedra e o barro – e o contexto em que eles foram apropriados pelo povo piauiense é uma forma, também, de orientar ações de planejamento para a melhoria do ambiente construído em nosso estado.

 

A obra é dividida em em três volumes:

Foto | Maurício Pokemon

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Vol. I. ESTABELECIMENTOS RURAIS O Plano Rural; Primeiros Currais; Casas de Vaqueiros e Roceiros; Casas de Fazendas; Instalações de Produção; Campos Santos. 230 pg.

Vol. II. ARQUITETURA URBANA Casas de Residência e Comércio; Prédios de Função Pública; Instalações Industriais; Fábricas, Cerâmicas e Olarias; Igrejas e Capelas. 368 pg.

Vol. III. VILAS DA COLÔNIA E CIDADES DO IMPÉRIO Vilas da Colônia e Cidades do Império (Oeiras, Parnaguá, Jerumenha, Parnaíba, Piracuruca, Campo Maior, Jaicós, Teresina, Amarante, Pedro II, União, Floriano, São Raimundo Nonato); Ruptura, Preservação e Perda; Glossário. 190 pg.

Em 2008, fui honrado com o Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), na categoria Pesquisa e Inventário de Acervos, o que vem coroar anos de experiência no registro e documentação do acervo cultural brasileiro.

Além desse, também fui honrado com o Prêmio “Francisco Pereira”, da Academia Piauiense de Mestres Maçons, na categoria “Arquitetura”, em 2015, em reconhecimento aos méritos de “Especialista em Restauração e Conservação de conjuntos e Monumentos Históricos  Nacionais de autor de festejadas obras Técnicas, representadas pelo livro Carnaúba, Pedra e Barro. Esse prêmio tem uma imenso significado para a minha vida pessoal, pois leva o nome do meu tio “Francisco Pereira”, tio Chico, meu grande incentivar nas arte do desenho.

 

Ficha Técnica

Autor: Olavo Pereira da Silva Filho

Referência bibliográfica:
SILVA FILHO, Olavo Pereira da. Carnaúba, pedra e barro na Capitania de São José do Piauhy. Belo Horizonte: Ed. do Autor, 2007. 3v.

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Olavo Pereira  da Silva Filho (Campo Maior, Piauí, 1947) é um arquiteto brasileiro, urbanista e especialista em Restauração e Conservação de Conjuntos e Monumentos Históricos. É ativista em pesquisas sobre patrimônio histórico.

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Publicado em Revestrés#49.

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